Em apreço à história e à cultura, adotou-se a denominação "Solar da Corte" para o imóvel situado à Rua Gaspar Neves, nº 3.107, no Centro Histórico de São José, SC. Diversos argumentos confirmam a correção dessa escolha, embora não se trate de demonstrar um vínculo histórico objetivo, mas sim de uma simples alegoria, aproveitando o fato de que, pelo menos durante um dia, essa edificação assumiu as funções de Paço Imperial, e as pessoas que nele residiam exerceram temporariamente as funções da Corte Imperial.
O período mais destacado da história do Solar da Corte, século XIX, está ligado à figura ilustre de Joaquim Xavier Neves (1793-1872). Lider influente do Partido Liberal foi vice-Presidente da Província e Deputado na Assembléia
Em função do prestígio regional da família durante o Império, diversos os historiadores passaram a nomear o imóvel através da expressão "Solar dos Neves", embora essa designação não tenha sido confirmada em documentos oficiais.
A importância histórica da edificação foi engrandecida no ano de 1845, ao assumir em 20 de outubro a condição de Paço Imperial , quando nele foi hóspede o Imperador D. Pedro II. Por ser uma das moradias as mais refinadas da vila, os monarcas brasileiros, aceitaram a hospitalidade do anfitrião o Coronel Joaquim Xavier Neves. Na ocasião, após a revista das tropas com 800 soldados perfilados, o casal imperial ofereceu recepção banquete às autoridades locais em que foram condecoradas as figuras de maior destaque da comunidade .
A visita imperial foi objeto de uma série de reportagens oficiais no "Relator Catarinense", saiba mais clicando aqui.
O imóvel foi construído no século XVIII, constituindo um marco histórico e arquitetônico da construção colonial rústica portuguesa de grandes dimensões. A fachada frontal se destaca entre as demais, enquadrada por cunhais e cimalha em massa e dotada de cinco grandes janelas em arco abatido além da portada, sendo as paredes externas em alvenaria auto-portante de pedra e as internas em pau-a-pique.
No território catarinense, raras edificações mantêm as características originais de suas construções, já que a grande maioria sofreu transformações no século XX com substituição dos materiais de revestimento, de estrutura e de cobertura. Por conservar todas as características originais da época sua preservação é considerada de inestimável importância, tanto para salvaguardar a arquitetura tradicional da ocupação do litoral catarinense, quanto para cultuar a história de colonização do Município de São José.